05 de abril de 2023

Novo Ensino Médio: Entenda a suspensão da implementação

Novo Ensino Médio: Entenda a suspensão da implementação

Uma portaria deverá ser publicada nos próximos dias; consequentemente, não deve haver mudanças no formato do Enem

 

O Ministério da Educação deve suspender a implementação do novo Ensino Médio e, consequentemente, não deve haver mudanças no formato do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano, como estava previsto. Uma portaria deve ser publicada nos próximos dias alterando o cronograma para adequação à reforma do Ensino Médio.

Sem dar detalhes sobre a portaria, o ministro Camilo Santana confirmou as alterações em entrevista ao Diário do Nordeste. “[Será suspensa] Qualquer mudança no Enem em relação a 2024 por conta dessa questão do Novo Ensino Médio”, disse.

A portaria deve mudar uma norma publicada em 2021, com cronograma de implementação da reforma, e suspender a necessidade de confecção de itens e o desenvolvimento de um novo modelo para o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em 2024.

Novo Ensino Médio será revogado?

Isso não significa que a reforma do Ensino Médio será anulada, mas deixará de ser obrigatória para todas as escolas. A alteração também não deve impactar a vida dos estudantes; os que já estão no novo modelo devem permanecer. As escolas, porém, terão autonomia para decidir avançar ou não nas adaptações.

O novo Ensino Médio foi aprovado 2017 no governo de Michel Temer, a partir de uma medida provisória, e entrou em vigor em 2022 para os alunos do 1º ano. O novo modelo ampliou a carga horária e a divide em duas partes, 60% é composto por disciplinas regulares e os 40% restantes são destinados a disciplinas optativas.

As mudanças, porém, são alvos de críticas de especialistas, alunos e entidades do setor. Em 15 de março, estudantes e professores foram às ruas de São Paulo pedir a revogação da reforma. Há reclamações sobre o fato de disciplinas clássicas terem menos espaço na grade curricular e queixas sobre falta de estrutura das escolas para oferecer as disciplinas optativas — desta forma, alunos estão sendo obrigados a cursarem disciplinas que eles não haviam escolhido originalmente.

Embora concorde com as críticas, o ministro é contra a revogação completa do novo ensino médio. Ele tem afirmado que anular a reforma seria um retrocesso. Presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), Vitor de Angelo também é contra a revogação da reforma. Para ele, suspender é uma medida radical, que desperdiça investimento feito para implementar a proposta.

REDAÇÃO JOTA – Brasília